Como todas estas alterações são
consequência da carência estrogénica, o tratamento mais lógico será a
aplicação de estrogéneos ou outros produtos com efeito protector de futuras
complicações (por ex. a osteoporose).
Apesar de todos envelhecermos, não significa que as
mulheres depois da menopausa, tenham um envelhecimento fatal, pois há medidas
terapêuticas eficazes que se podem adoptar, evitando uma aceleração desse
processo e proporcionando uma prevenção de muitas alterações da menopausa e
dando uma melhor qualidade de vida.
A menopausa tem sido relatada por muitos autores como
a época de envelhecimento da mulher ou a decrepitude da sua existência, o que
não corresponde totalmente à verdade, se ela fizer alguma coisa para o impedir.
Certos factores sociais,
como o abandono da casa pelos filhos adultos, agravam ainda mais este período
crítico da vida da mulher, que alguns autores designam pelo “sindroma do ninho
vazio”.
Também as sociedades desenvolvidas, têm a sua quota
parte na responsabilidade do sofrimento deste grupo de mulheres.
Ao contrário das sociedades primitivas, em que a
mulher de mais idade é mais respeitada e considerada socialmente, as sociedades
desenvolvidas estigmatizam a mulher de idade, põe-na de lado, não a ouvem nem
lhes interessa a experiência da sua idade. As pessoas individualmente, mais
tarde, vão reconhecer e apreciar o valor da transmissão dessa experiência. Mas
é já tarde demais…
Se está ainda no período perimenopâusico não se esqueça que tem ainda possibilidade de
engravidar. E por isso, se não o deseja, acautele-se. Neste período é mais difícil
engravidar, mas não é impossível.
A contracepção neste período está dependente de vários
problemas que estão relacionados com as particularidades orgânicas de cada
mulher.
Há neste período perimenopâusico (que pode durar até 6
anos), um certo número de pontos que devem ser sempre relembrados:
.
a contracepção
deve ser segura até à menopausa confirmada
.
a mulher
apresenta alterações hormonais características destas idades, com insuficiência
progesterónica progressiva.
E daí o aparecimento de vários sintomas funcionais que
não passam despercebidos:
· menstruações abundantes e perdas de sangue fora das
menstruações; ciclos curtos ou muito longos, algumas vezes durante meses;
· tensão pré-menstrual, revelada por irritabilidade
fácil, nervosismo, agressividade, ansiedade, depressão, enxaqueca, peso
pélvico, aumento de peso, dores mamárias e edemas.
.
Os métodos contraceptivos a
utilizar são variados,
tendo em conta a diminuição da fertilidade, os riscos metabólicos e vasculares
de cada mulher e ainda a quantidade de menstruação que possa ter e a sua
regularidade ou não.
A contracepção pode fazer-se com vários métodos e
dependerá essencialmente do perfil menstrual que a mulher apresente nesta fase
da vida.
Os ciclos sem ovulações levam ao aparecimento de uma
secreção contínua mas baixa de estrogéneos que pode condicionar o aparecimento
de alterações orgânicas na mama e no útero. Assim podem aparecer hiperplasias
do endométrio, pólipos uterinos, aumento de fibromas uterinos, dores e
desconforto mamários, com aparecimento de quistos de vários tamanhos nas mamas.
Na contracepção da perimenopausa podemos ter várias
situações:
1.
Mulheres com menstruações regulares mas muito abundantes. Poderemos utilizar
uma pílula de baixa dosagem (se não houver contraindicação) ou utilizar um
dispositivo intrauterino que contém uma hormona (levonorgestrel) e que reduz
acentuadamente as perdas sanguíneas menstruais.
2. Se
há irregularidades menstruais torna-se necessário a terapêutica com um
estrogéneo e um progestativo. Aqui poder-se-á fazer uma terapêutica com um
esquema diferente do que usamos na terapêutica hormonal da menopausa.
3. Se a mulher tem menstruações
regulares ou moderadas poder-se-á pensar em introduzir o DIU, respeitando
sempre as suas contraindicações, ou usar qualquer outro método contraceptivo.
4.
Por fim há aquelas mulheres que não querem nem aceitam qualquer método, por
variadas razões, até por estarem desinformadas. Nestes casos devemos chamar a
atenção que os métodos de abstinência e de auto-observação são muito falíveis
nestas idades e que é melhor optar pelos métodos locais (espermicidas).
No senso comum MENOPAUSA significa as alterações físicas, psíquicas e
menstruais, que aparecem no período peri e pós-menopâusico.
Menopausa precoce significa o terminar das
menstruações antes dos 40 anos.
Muitos sintomas que aparecem na menopausa são
consequência e fazem parte do envelhecimento. É forçosa aceitar isto, para se
poder viver com alguma felicidade e não encarar este período da vida como uma
decadência, sinal de envelhecimento fatal, como o fim da juventude.
Há que encarar positivamente esta nova etapa da vida, procurar com a ajuda médica os tratamentos
necessários para minorar os sintomas e o sofrimento deste “envelhecimento”, sem
medos de cancros ou de engordar. Se entrarmos em linha de conta com o risco de
morte das mulheres dos 50 aos 94 anos verificamos:
·
31% morrem de
doenças cardiovasculares
·
2,8% por cancro
da mama
·
2,8% por
complicações de fractura da anca
·
0,7% por cancro
do endométrio.
Se referirmos esta mortalidade em relação aos cancros
poderemos dizer que 31% das mulheres depois dos 50 anos morre por doenças
cardíacas e vasculares e 17,5% morre de cancro (todos os cancros juntos de
qualquer órgão).
Afinal o que conta mais é a qualidade de vida que se
possa ter.
Como já afloramos, a mulher pelo aumento da sua
longevidade vai procurar mais cuidados médicos para tratamentos e em especial
na procura da prevenção de muitas doenças e mesmo no diagnóstico precoce de
cancros ou da sua prevenção.
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