quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Medidas preventivas na menopausa (I)


Como todas estas alterações são consequência da carência estrogé­nica, o tratamento mais lógico será a aplicação de estrogéneos ou outros produtos com efeito protector de futuras complicações (por ex. a osteoporose).

Atitudes negativas, nesta fase da vida, conduzem a um envelhecimento mais precoce e mais rápido. Na vida, é preciso comba­ter, resistir e fazer tudo ou o que for possível para nos tornar­mos mais felizes e termos uma melhor qualidade de vida.

Apesar de todos envelhecermos, não significa que as mulheres depois da menopausa, tenham um envelheci­mento fatal, pois há medidas terapêu­ticas eficazes que se podem adoptar, evitando uma aceleração desse processo e proporcionando uma prevenção de muitas alterações da menopausa e dando uma melhor qualidade de vida.

A menopausa tem sido relatada por muitos autores como a época de envelhecimento da mulher ou a decrepitude da sua existência, o que não corresponde totalmente à verdade, se ela fizer alguma coisa para o impedir.


 

Certos factores sociais, como o abandono da casa pelos filhos adul­tos, agravam ainda mais este período crítico da vida da mulher, que alguns autores designam pelo “sindroma do ninho vazio”.

Também as sociedades desenvolvidas, têm a sua quota parte na responsabilidade do sofrimento deste grupo de mulheres.

Ao contrário das sociedades primitivas, em que a mulher de mais idade é mais respeitada e considerada socialmente, as sociedades desenvolvidas estigmatizam a mulher de idade, põe-na de lado, não a ouvem nem lhes interessa a experiência da sua idade. As pessoas individualmente, mais tarde, vão reconhecer e apreciar o valor da transmissão dessa experiência. Mas é já tarde demais…




Se está ainda no período perimenopâusico não se esqueça que tem ainda possibilidade de engravidar. E por isso, se não o deseja, acau­tele-se. Neste período é mais difícil engravidar, mas não é impossível.

A contracepção neste período está dependente de vários problemas que estão relacionados com as particularidades orgânicas de cada mulher.

Há neste período perimenopâusico (que pode durar até 6 anos), um certo número de pontos que devem ser sempre relembrados:

.    a contracepção deve ser segura até à menopausa confirmada

.    a mulher apresenta alterações hormonais características destas idades, com insuficiência progesterónica progressiva.

E daí o aparecimento de vários sintomas funcionais que não passam despercebidos:

·       menstruações abundantes e perdas de sangue fora das menstruações; ciclos curtos ou muito longos, algumas vezes durante meses;

·       tensão pré-menstrual, revelada por irritabilidade fácil, nervosis­mo, agressividade, ansiedade, depressão, enxaqueca, peso pélvico, aumento de peso, dores mamárias e edemas.

.

Os métodos contraceptivos a utilizar são variados, tendo em conta a diminuição da fertilidade, os riscos metabólicos e vasculares de cada mulher e ainda a quantidade de menstruação que possa ter e a sua regularidade ou não.

A contracepção pode fazer-se com vários métodos e dependerá essencialmente do perfil menstrual que a mulher apresente nesta fase da vida.

Os ciclos sem ovulações levam ao aparecimento de uma secreção contínua mas baixa de estrogéneos que pode condicionar o aparecimento de alterações orgânicas na mama e no útero. Assim podem aparecer hiperplasias do endométrio, pólipos uterinos, aumento de fibromas uterinos, dores e desconforto mamários, com aparecimento de quistos de vários tamanhos nas mamas.

Na contracepção da perimenopausa podemos ter várias situações:

            1. Mulheres com menstruações regulares mas muito abun­dantes. Poderemos utilizar uma pílula de baixa dosagem (se não houver contraindicação) ou utilizar um dispositivo intrauterino que contém uma hormona (levonorgestrel) e que reduz acentuadamente as perdas sanguíneas menstruais.

            2. Se há irregularidades menstruais torna-se necessário a terapêutica com um estrogéneo e um progestativo. Aqui poder-se-á fazer uma terapêutica com um esquema diferente do que usamos na terapêutica hormonal da menopausa.

            3. Se a mulher tem menstruações regulares ou moderadas poder-se-á pensar em introduzir o DIU, respeitando sempre as suas contraindicações, ou usar qualquer outro método contraceptivo.

            4. Por fim há aquelas mulheres que não querem nem aceitam qualquer método, por variadas razões, até por estarem desinformadas. Nestes casos devemos chamar a atenção que os métodos de abstinência e de auto-observação são muito falíveis nestas idades e que é melhor optar pelos métodos locais (espermicidas).

No senso comum MENOPAUSA significa as alterações físicas, psíquicas e menstruais, que aparecem no período peri e pós-meno­pâusico.

Menopausa precoce significa o terminar das menstruações antes dos 40 anos.

Muitos sintomas que aparecem na menopausa são consequência e fazem parte do envelhecimento. É forçosa aceitar isto, para se poder viver com alguma felicidade e não encarar este período da vida como uma decadência, sinal de envelhecimento fatal, como o fim da juventude.

Há que encarar positivamente esta nova etapa da vida, procurar com a ajuda médica os tratamentos necessários para minorar os sintomas e o sofrimento deste “envelhecimento”, sem medos de cancros ou de engordar. Se entrarmos em linha de conta com o risco de morte das mulheres dos 50 aos 94 anos verificamos:

·         31% morrem de doenças cardiovasculares

·         2,8% por cancro da mama

·         2,8% por complicações de fractura da anca

·         0,7% por cancro do endométrio.

Se referirmos esta mortalidade em relação aos cancros poderemos dizer que 31% das mulheres depois dos 50 anos morre por doenças cardíacas e vasculares e 17,5% morre de cancro (todos os cancros juntos de qualquer órgão).

Afinal o que conta mais é a qualidade de vida que se possa ter.

Como já afloramos, a mulher pelo aumento da sua longevidade vai procurar mais cuidados médicos para tratamentos e em especial na procura da prevenção de muitas doenças e mesmo no diagnóstico precoce de cancros ou da sua prevenção.

 


 

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