Quando há
uma insónia é aconselhável fazer:
-
procurar um ambiente tranquilo, sem
ruídos e tudo o que possa alterar a conciliação do sono;
-
evitar o excesso de temperatura
ambiente;
-
evitar tensões e stress;
-
evitar jantares abundantes e
pesados; procurar deitar-se duas horas depois de jantar;
-
tomar um copo de leite antes de
deitar;
-
ler, ouvir música, diminuem a
inquietação de não poder dormir e ajuda a conciliar o sono;
-
evitar leituras que gerem stress ou
preocupações e evitar ver filmes que provoquem temor ou medo;
Ansiedade
A ansiedade é muito frequente no climatério. Manifesta-se por
insegurança, medo, apreensão, preocupação por tudo e em especial pela saúde e
pelo futuro.
A ansiedade é um sintoma climatério que acompanha frequentemente
as mulheres, com temor e angústia, manifestando-se esta por palpitações, temor,
dificuldade na respiração, dor precordial e muitas vezes medo de morrer ou
também de enlouquecer.
Nervosismo
Acompanha-se quase sempre de irritabilidade e é um sintoma muito
precoce na pré e na pós-menopausa. É um sintoma que incomoda muito a mulher no
seu dia-a-dia, tanto para ela como para os que a rodeiam.
Astenia – Cansaço
O cansaço físico associa-se muitas vezes á fadiga mental. Este
cansaço físico deve-se não só ao climatério como à idade da pessoa. O cansaço
mental acompanha-se de diminuição da energia e do interesse pelos problemas do
dia-a-dia, pela falta de concentração e às vezes pela apatia, que não é mais
que uma manifestação involutiva, relacionada com a idade da mulher.
A perda de memória ou dizendo doutra maneira, as falhas de
memória, são frequentes nas queixas da mulher nesta fase da sua vida. As
alterações hormonais que aparecem na menopausa alteram as interacções
sinápticas nervosas a nível cerebral, o que leva à perda de memória com mais
frequência nas mulheres que nos homens.
Doença de Alzheimer
A doença de Alzheimer é a causa mais
frequente de demência. As demências são afecções cerebrais de causa orgânica
que levam à perda da memória, a alteração do pensamento abstracto e da
capacidade de julgamento, distúrbios das funções corticais, com alteração do
humor e do comportamento. A doença de Alzheimer é responsável por 60% das
demências. Há que ter grande preocupação com esta patologia, por aumento da
população idosa.
O quadro clínico caracteriza-se no seu
começo, entre os 50 – 60 anos, por:
- falhas
da memória, de acentuação progressiva;
- desorientação;
- alterações
das funções simbólicas.
Passados dois a quatro anos aparecem uma
demência que influencia todas as funções intelectuais da orientação no tempo e
no espaço, sem alterações da visão e alterações psicóticas. É a fase em que a
doente não consegue sobreviver em sociedade sem ter auxílio.
Há provas que os estrogéneos têm um papel
importante na prevenção na doença de Alzheimer. Com efeito, estes promovem a
formação de enzimas necessárias para a síntese da acetilcolina. O deficit desta
substância é uma peça importante na doença de Alzheimer.
Vários estudos mostram uma redução de 25
a 50% do risco relativo de desenvolver a doença de Alzheimer com tratamento
estrogénico. Outros estudos apontam que os estrogéneos podem levar a melhoria
de funções cognitivas e afectivas em mulheres com esta doença e em estados relativamente
precoces.
Outro tipo de demência que pode ser,
dentro de certos limites prevenida, é a demência pós-acidente vascular cerebral
(ou pós-AVC). Quando a circulação cerebral se detiora, a mulher fica com
declínio cognitivo, e muitas também com diminuição ou impossibilidade de serem
auto-suficientes.
E por isso, as demências, sejam quais
forem as suas etiologias, acarretam sempre uma deterioração das funções
cerebrais e uma diminuição ou impossibilidade da realização das actividades
diárias.
A demência pós-AVC, está sempre
associada a possíveis recorrências de novos acidentes vasculares cerebrais mesmo
frustes e a uma diminuição da sobrevida da doente.
Um factor de risco importante para este
tipo de demência é a hipertensão arterial e as alterações lipídicas sanguíneas,
pois mesmo em pessoas normais estas alterações podem provocar perturbações
cognitivas discretas especialmente na atenção, na memória e no comportamento,
daí a necessidade do controle daqueles parâmetros.
Na demência de causa vascular,
juntamente com a baixa cognitiva normal associada à idade, acrescenta-se um
declínio dessa função por haver pequenos acidentes cérebro vasculares, até
aparecer o quadro de demência completo.
Isto é importante porque pode haver uma
antecipação da doença de Alzheimer por estes acidentes vasculares cerebrais.
Alterações da Líbido
O impulso sexual ou libido é a sensação do desejo sexual
consciente. A carência estrogénica não é a única responsável por esta alteração
na menopausa.
A libido diminui com a idade, e esta é afectada por vários
factores, entre ao quais podemos referir a sexualidade anterior, as relações
com o parceiro e também a própria sexualidade da mulher.
Ao fim de alguns anos de menopausa também as alterações que
produzem atrofia vulvovaginal fazem com que as relações sexuais sejam difíceis
e dolorosas e a mulher perante esta eventualidade tenha a intenção de
inibir-se. Mas, além dos factores anatómicos, próprios da atrofia vulvovaginal,
as alterações hormonais influenciam a sexualidade. Os estrogéneos têm um papel
de psicoplasticidade e podem considerar‑se como autênticos psicotrópicos,
aumentando o impulso sexual. Mas um suplemento de testosterona aumenta muito
mais o desejo e a actividade sexual.
A administração de pequenas doses de androgéneos, mesmo com
menores doses de estrogéneos, aumenta o desejo sexual e melhora a sexualidade
da mulher na menopausa, aumentando até a frequência do coito. Também a maior
parte das mulheres com TH e androgéneos apresenta uma melhoria da sua qualidade
de vida com mais energia e melhor humor.
Com o terminar da função ovárica descem acentuadamente os níveis
de estrogéneos mas também os de androgéneos e portanto, não podemos esquecer
este aspecto.
E se notarmos os efeitos da testosterona ou seus derivados na
mulher, verificamos quão útil é esta terapêutica adjuvante da TH.
Os androgéneos exógenos que podemos utilizar, exercem um papel
importante sobre a fisiologia da mulher. Actuam sobre a sexualidade,
particularmente aumentando a libido, o interesse sexual e mesmo a frequência do
coito. Têm a nível da vagina, um efeito estrogénico, aumentando a espessura do
seu epitélio e realçando ainda a sensibilidade do clitoris.
No cérebro, os androgéneos aumentam as suas funções, o rendimento
intelectual, com maior poder de atenção e de concentração e dando uma sensação
de euforia. A sua administração melhora os testes de memória. Alguns autores
chamam até a atenção para a sua influência na prevenção na doença de Alzheimer.
Outros autores responsabilizam os níveis baixos de testosterona
pela depressão, ansiedade, irritabilidade, insónia, fadiga, perda de memória,
redução da massa muscular, perda de massa óssea, rarefacção dos pêlos sexuais e
diminuição da líbido.
Os androgéneos têm assim um efeito agonista dos estrogéneos e
aumentam a massa óssea, a massa e a força musculares, dando especial energia
àquelas mulheres que têm uma actividade física intensa.
Artralgias, Mialgias e
Nevralgias
Estes sintomas são muito precoces depois da menopausa e têm uma
relação directa com falta de estrogéneos e por isso desaparecem com o
tratamento hormonal de substituição. Devem-se à hipotonia muscular e
relaxamento dos ligamentos ósseos, que provocam rigidez articular, dor
localizada nas articulações, sobretudo na coluna cervical, ombros, joelhos e
anca.
VAGINA
C
|
om a falta de estrogéneos a vagina fica predisposta à chamada
vaginite atrófica. Isto produz queixas de:
·
Corrimento aquoso
·
Prurido
vulvar e vaginal
·
Ardência
ao urinar
·
Diminuição
da lubrificação com as relações sexuais
·
Dispareunia
(dor com as relações sexuais)
Se a paciente é sexualmente
activa e a atrofia é severa, hemorragias pequenas podem ocorrer.
Aproximadamente 15% de todas
as hemorragias após a menopausa são devidas a atrofia vaginal.
Com
a perda de estrogéneos há
uma diminuição da camada vascular de suporte e o epitélio fica mais fino. Isto
traduz-se na perda das rugosidades vaginais.
Com
o adelgaçamento da mucosa
os bacilos de Doderlein desaparecem e o pH vaginal muda de 4,5/5 para 6/8. Este
meio alcalino permite o crescimento de muitas bactérias patogénicas que
provocam uma descarga aquosa referida como vaginite atrófica.
O diagnóstico de atrofia
vaginal é estabelecido por uma citologia pobre em efeito estrogénico. A atrofia
é tratada com estrogéneos. Se são usados estrogéneos locais ocorrem concentrações
sistémicas e por isso mulheres que tenham contra-indicações para terapêutica
sistémica não devem usá-los.
Os cremes intravaginais
fornecem alívio rápido dos sintomas.
Uma vez os sintomas
aliviados bastam aplicações intermitentes.
VULVA
O
|
s principais sintomas relacionados com a falta de estrogéneos a
nível vulvar manifestam-se bastantes anos após a falta de menstruação.
As queixas mais frequentes
são:
·
Prurido
vulvar
·
Ardor
vulvar
·
Secura
vulvar
Estes sintomas podem ser
devidos não só à falta de estrogéneos mas também a:
·
Distrofia
vulvar
·
Neoplasia
·
Vaginite
Outra queixa frequente é a
dispareunia. É necessário fazer uma história sexual para avaliar se a
dispareunia já não existia previamente.
A distrofia e a neoplasia
vulvares são mais comuns nas mulheres pós-‑menopâusicas mas não relacionadas
com deficiência estrogénica.
A terapêutica local ou
sistémica com estrogéneos pode melhorar todos estes sintomas, contudo antes do
tratamento a vulva deve ser inspeccionada.
Qualquer área suspeita deve
ser avaliada com biópsia.
TRACTO URINÁRIO
O
|
s primeiros sintomas associados com o tracto urinário e perda de
estrogéneos são devidos ao Síndrome Uretral que compreende:
·
Aumento
do número de micções
·
Gotejamento
após a micção
·
Incontinência
de stress
·
Espasmos
urinários
Bacteriúria pode ser
encontrada em mais de 10% das mulheres pós‑menopâusicas em comparação com 4%
nas mulheres pré-menopâusicas. O 1/3 distal da uretra é a parte mais
estrogéneodependente do tracto urinário. Com uma deficiência prolongada de
estrogéneos a uretra ficará mais fina e tornar-se-à não distensível.
A atrofia do epitélio
uretral pode causar divertículos, uretroceles e cistoceles.
Com o envelhecimento há uma
diminuição na perfusão renal o que faz com que o rim perca a sua capacidade de
concentração.
Com a terapêutica
estrogénica os sintomas de polaquiúria, gotejamento pós-miccional e micção
imperiosa ficam resolvidos.
SEXUALIDADE
M
|
uitas mulheres após a menopausa referirão diminuição do prazer
sexual e até impossibilidade da sua realização.
As queixas mais comuns
incluem:
·
Diminuição
da lubrificação
·
Dispareunia
·
Ardência
pós-coital
·
Espasmos
uterinos associados ao orgasmo
Estas queixas são aliviadas
com a terapêutica estrogénica. A diminuição do desejo sexual não está associado
a deficiência estrogénica e é habitualmente psicológica.
Na
mulher pós-menopâusica a
circulação sanguínea diminui na vagina e isto traz como consequência uma
lubrificação diminuída. A reposição estrogénica melhorará a circulação vaginal
e encurta o tempo para uma lubrificação adequada.
Outra
complicação é a subida do
pH. Esta alcalinização da vagina diminui a capacidade tampão contra o sémen.
O sémen tem pH de 7.5/9 e
por isso é capaz de produzir sensação de queimor
À medida que o útero se
torna hipoestrogénico o miométrio torna-se irritável. Na altura do orgasmo o
espasmo uterino pode ser tão intenso que é comparado ao trabalho de parto.
Toda esta sintomatologia pode ser corrigida com estrogéneos.
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